E todos eles lerão (os que lerem) achando que você está falando de algum conhecido deles. E rirão de si pensando que riem do outro. Acho tudo uma delícia.
Outro dia escrevi aqui um texto sobre o perigo que é falar de si, justamente sobre essa coisa meio egoica de supervalorizar narrativas próprias que, muitas vezes, são bem qualquer coisa. Me senti mal depois, meio ranzinza, cheia de pinimbas pouco justificadas rs seu texto me ajudou a ver que não tô sozinha nessa pinimba! Obrigada haha
Às vezes nem é sobre pinimbas nem de ressentimentos, pode ser uma observação participativa. Eu não imaginei que fosse encontrar tanta ressonância nesse texto. Eu literalmente tenho uma conta que uso para exercitar minha escrita e poder organizar alguns pensamentos flutuantes necessitando de alguma ancoragem momentânea. Escreva sua pinimba e posta!
nossa, que alívio de texto! a nova catapulta de quem não tem sobrenome da elite é fingir que tem alguma carga emocional densa, alguma história interessante, algum conhecimento de um outro universo - tudo, claro, como nova estratégia para tentar de td forma se encaixar.
Tive uma educação castradora na minha infância em Minas Gerais, portanto me espanta muito esse tipo de elogio a si mesmo que a galera se permite com tamanha naturalidade.
Nem me incomoda tanto falar de si próprio — me incomoda falar de si próprio sem nenhum estilo, que é o que está acontecendo de monte nesse reduto de deficientes em vitamina D
Justamente! Mas, como li aqui nos comentários, o autoelogio tira toda a graça. Se estivesse disfarçado em uma ficção menos "dada", menos "auto-" a gente daria até razão
Hoje mesmo escutei um podcast e me inteirei dos personagens dessa história, a realmente apenas por si aclamada "elite paulistana-literária", sendo o literária um adereço para marcar a "legitimidade" de sua superioridade? Sim, me pergunto se já se perderam tanto no personagem para acreditar que morar "ao lado" do metrô carrão não é um privilégio por si só, e os colégios então meu deus do céu, ela frequentou apenas um que conheço de nome, pois alguns dos meus colegas de classe do Direito da Usp frequentaram, isso acabou de me dizer o que a autora não disse sobre a sua classe social, pois ja convivi nessa época com tantos que nas suas "humildes infâncias" moraram em lugares que financeiramente não estão ao meu alcance mesmo trabalhando há 20 anos, mais anos do que me acusam de recalque por não ter tudo que eles têm: herança.
O que me captura, como alguém que trabalha com literatura, é a dimensão narrativa que não só essa personagem, mas, em alguma medida, todos nós, claro, cria[mos] sobre nossas trajetórias familiares. Há uma excelente e por vezes lunática narrativa hereditária que passamos adiante
O que me captura, como alguém que trabalha com literatura, é a dimensão narrativa que não só essa personagem, mas, em alguma medida, todos nós, claro, cria[mos] sobre nossas trajetórias familiares. Há uma excelente e por vezes lunática narrativa hereditária que passamos adiante.
O que me captura, como alguém que trabalha com literatura, é a dimensão narrativa que não só essa personagem, mas, em alguma medida, todos nós, claro, cria[mos] sobre nossas trajetórias familiares. Há uma excelente e por vezes lunática narrativa hereditária que passamos adiante
E todos eles lerão (os que lerem) achando que você está falando de algum conhecido deles. E rirão de si pensando que riem do outro. Acho tudo uma delícia.
Outro dia escrevi aqui um texto sobre o perigo que é falar de si, justamente sobre essa coisa meio egoica de supervalorizar narrativas próprias que, muitas vezes, são bem qualquer coisa. Me senti mal depois, meio ranzinza, cheia de pinimbas pouco justificadas rs seu texto me ajudou a ver que não tô sozinha nessa pinimba! Obrigada haha
Às vezes nem é sobre pinimbas nem de ressentimentos, pode ser uma observação participativa. Eu não imaginei que fosse encontrar tanta ressonância nesse texto. Eu literalmente tenho uma conta que uso para exercitar minha escrita e poder organizar alguns pensamentos flutuantes necessitando de alguma ancoragem momentânea. Escreva sua pinimba e posta!
Acabei de reler e vi que você diz já ter escrito. Pisciano cantou aqui.
Otimo isso!!
nossa, que alívio de texto! a nova catapulta de quem não tem sobrenome da elite é fingir que tem alguma carga emocional densa, alguma história interessante, algum conhecimento de um outro universo - tudo, claro, como nova estratégia para tentar de td forma se encaixar.
"pressão-baixa-franja-assimétrica-tez-pálida-nascido-fora-da-rua-Angélica" - passando mal de rir.
ouso dizer que está cheio de escritora "wanna be Annie Ernaux" além Perdizes. Muito bom texto.
Tive uma educação castradora na minha infância em Minas Gerais, portanto me espanta muito esse tipo de elogio a si mesmo que a galera se permite com tamanha naturalidade.
Nem me incomoda tanto falar de si próprio — me incomoda falar de si próprio sem nenhum estilo, que é o que está acontecendo de monte nesse reduto de deficientes em vitamina D
Sou adepto à teoria psicanalítica de que só falamos de nós mesmos, então.. hehehee
Justamente! Mas, como li aqui nos comentários, o autoelogio tira toda a graça. Se estivesse disfarçado em uma ficção menos "dada", menos "auto-" a gente daria até razão
Esbarrei no seu texto e ele lavou minha alma, obrigado!
kkkkkkkkkkkkkk ri muito, e depois chorei. Eu, escritora paulistana.
(em minha defesa, cresci no Campo Limpo, do ladinho do Capão).
Vamos rindo & chorando & escrevendo, o importante é seguir
Hoje mesmo escutei um podcast e me inteirei dos personagens dessa história, a realmente apenas por si aclamada "elite paulistana-literária", sendo o literária um adereço para marcar a "legitimidade" de sua superioridade? Sim, me pergunto se já se perderam tanto no personagem para acreditar que morar "ao lado" do metrô carrão não é um privilégio por si só, e os colégios então meu deus do céu, ela frequentou apenas um que conheço de nome, pois alguns dos meus colegas de classe do Direito da Usp frequentaram, isso acabou de me dizer o que a autora não disse sobre a sua classe social, pois ja convivi nessa época com tantos que nas suas "humildes infâncias" moraram em lugares que financeiramente não estão ao meu alcance mesmo trabalhando há 20 anos, mais anos do que me acusam de recalque por não ter tudo que eles têm: herança.
O que me captura, como alguém que trabalha com literatura, é a dimensão narrativa que não só essa personagem, mas, em alguma medida, todos nós, claro, cria[mos] sobre nossas trajetórias familiares. Há uma excelente e por vezes lunática narrativa hereditária que passamos adiante
isso! todos nós… eis também o que me captura…
Acabei fazendo o texto sobre o saci na semana passada para dar um pouco de contornos a essa captura/es[n]trancamento.
O que me captura, como alguém que trabalha com literatura, é a dimensão narrativa que não só essa personagem, mas, em alguma medida, todos nós, claro, cria[mos] sobre nossas trajetórias familiares. Há uma excelente e por vezes lunática narrativa hereditária que passamos adiante.
O que me captura, como alguém que trabalha com literatura, é a dimensão narrativa que não só essa personagem, mas, em alguma medida, todos nós, claro, cria[mos] sobre nossas trajetórias familiares. Há uma excelente e por vezes lunática narrativa hereditária que passamos adiante
Genial e cristalino haha
Bicho, que texto correto e blasé
Q texto maravilhoso!
Que delícia de texto!